25 de dezembro de 2009

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porque sempre tem gente que está obrando e fazendo cooper pros outros?

24 de dezembro de 2009

natal! :)

ADORO o natal!

admito que já gostei mais, até porque na infância tudo tinha outro sabor. lá pelo meio de dezembro, até o cheiro da cidade mudava... era bom demais!

eu sempre tive dois turnos (pelo menos) a cumprir, e ficava louca por causa das duas festas!

uma era na casa da Vovó Luizinha, um casarão enorme, cheio de histórias de babau, com o meu avô sempre com uma brincadeira ou um bicho de plástico pra assustar os pivetes mais pivetes e fracos. era o banquete anual, o momento de ver aquela ruma de gente que nunca se conseguia juntar durante o ano; uns vinham do interior, outros de fora...

era tudo muito tradicional (na minha cabeça, pelo menos): jantar, amigo secreto, implicar com os primos, fazer inveja dos presentes de natal, todo mundo rindo. é assim que eu me lembro do natal de lá, com esses olhos de criança.

a outra festa era na casa da Vó Tereza, lááááááá na Maraponga (que era um interior pra mim, que morava na Bezerra de Menezes e dormia na viagem de mais de meia hora de carro). era outro esquema, e eu adorava o segundo turno!

se a tradição era no dia 24, a comédia era no dia 25, mais precisamente à meia-noite, que era a hora em que chegávamos na vóvi, e nos aboletávamos. era ali que brincávamos com o que tínhamos ganhado, os adultos iam conversar e frescar uns com os outros e a nós, crianças, era permitido varar a noite, tomar banho de mangueira no jardim de madrugada, jogar com os adultos, comer os doces que a vó fazia pra manter o reino de dominação culinária do lado dela da balança.

não sei ao certo quando tudo mudou.

não sei se foram os primos que "cresceram" e acharam que aquilo ali era besta; se foi a ida do vovô pra outra vida; se foram as rusgas familiares que sempre existiram, mas que os olhos infantis nunca detectaram; se foi a distância física e mental que se apoderou deles...

só sei que eu não quero que essa luz se apague. já nos vemos tão pouco, e transformar o natal em obrigação não faz o meu feitio. eu luto com o que posso: "puxo" o amigo secreto, invento marmota, me disponho para essa noite em família inteiramente.

por isso, desejo que esqueçam o "adulto" que os oprime, os problemas que lhes vincam a testa e simplesmente curtam esse encontro tão raro com um sorriso no rosto e o coração aberto. é até pouco, perante o que se recebe em troca!

feliz natal! :)

16 de dezembro de 2009

em tempo

muitas coisas me irritam, obviamente, mas se tem algo que me tira do sério é mesquinhez. sério. fico doente. é só dinheiro, meu povo! e não tô falando nem de 3 ou 4 dígitos, mas de coisas que podem ser feitas/compradas com menos de R$5 e que fazem a diferença pelo valor afetivo, mesmo. talvez eu seja realmente a perdulária, mas eu não quero esse conta-gotas pra mim, não... zulivre!

degraus

dezembro riquíssimo de viagens e possibilidades de futuro: Dadys e Mofi passaram pro mestrado fora =)

talvez este movimento seja a constatação de ♪ que nada será como antes, amanhã...

quando se vai embora e se deixa muito pra trás, há uma luta frenética para manter o lugar deixado intocado, quase que parado no tempo, aguardando obedientemente a nossa volta. não classifico este sentimento como egoísmo, absolutamente, mas como uma necessidade pueril de pertença, uma segurança de que, a qualquer momento, pode-se voltar ao ponto anterior ao êxodo.

além de ser impossível parar o tempo, as lembranças se revoltam e vão ficando mais tênues... e você começa a se sentir culpado, por sentir falta daquele lugar novo, pra onde foi e que nunca conseguiu admitir que começa a gostar.

confesso: se eu pudesse levar meus amigos daqui pra bsb, seria tudo perfeito. mas isso não existe, e cada um tem as suas próprias fronteiras a ultrapassar...

portanto, só me resta aproveitar todos os momentos que eu tiver com os amigos, antes que cada um saia na sua cruzada.

9 de novembro de 2009

a senha

faz tempo que eu sei que não sou comum.
as minhas reações, as coisas que me atraem (ui!), nada é simples ou ordinário.

o problema - quando não se reage igual a todos - é que ninguém realmente acredita em você.
dizem que é tipo, que ninguém é capaz de fazer o que você verdadeiramente está fazendo...

daí pra ser tachada de burra é um pulo!
mas aí eu não aceito: posso ser crédula, ingênua, qualquer coisa, mas burra, meus caros, lhes garanto que não sou.

entendo que se preocupem comigo, mas quem decide o próximo passo sou eu.
se isso não lhes agrada, virem a cara, saiam de perto, fiquem putos, puxem meus cabelos, mas não me chamem de burra!

é a senha pra ww3, e me dói discutir com amigos...

30 de outubro de 2009

hora de dar tchau

ai, ai...

já tá passando da hora de eu ir viver a minha vida.

não gosto de fazer mal aos outros, e é exatamente assim que me sinto, independente de ter todos os motivos do mundo pra ter agido como agi.

já estive do lado de lá e sei como dói passar por isso.

não posso mais ficar com medo de me arrepender, porque chegou num ponto em que eu me arrependeria de qualquer decisão.

29 de outubro de 2009

:'(

liguei o botão das lágrimas e não consigo mais parar de chorar.
é hora de parar de fugir e resolver!
força no picumã, cunhã!

26 de outubro de 2009

desventuras de uma pobre estagiária pobre

no finzinho da faculdade, estagiei na finada Gerência de Logística do Banco do Brasil, aqui em Fortaleza. um universo de cerca de 350 pessoas - dentre as quais eu era a única da comunicação - me proporcionou presenciar momentos únicos daquela ruma de doido que se entramelava pelos corredores.

hoje, tentando arrumar um pouco mais a bagunça do meu quarto, achei, numa gaveta, registros de uma criatura que trabalhou no BB na mesma época, e que, por vezes seguidas, made my day ;)

de agora em diante identificada por BLO (como ela o assinava), já havia sido afastada algumas vezes do ambiente de trabalho por - na falta de palavra melhor - surtar.

esta figura fez de tudo: já pegou as latas de leite de uma campanha de arrecadação e fez um forte no meio do corredor; já tentou grampear uma estagiária porque ela (a BLO) tinha acabado de menstruar (oi? isso é motivo?); fez o enterro de um calango na Sala de Reuniões; sempre seqüestrava o Menino Jesus do presépio (geralmente colocava uma manga no lugar, e ficava pastorando, pra ver se alguém percebia a troca) e mandava bilhetes de resgate pra eu ir lá, resolver o imbróglio.

se só Jesus salva, quem era eu, todo natal? :P

quando comecei a receber mensagens dela, me assustei, mas depois eu já ansiava pelas respostas!

detalhe: eu era a responsável pela divulgação dos eventos organizados para os funcionários, escraviários e afins. eu enviava uma mensagem padrão via SISBB (sistema de comunicação interna do banco) e era apenas retórica, ninguém respondia... até o dia em que ela resolveu iluminar as minhas tardes! :)

mandei a divulgação da páscoa, e olhem a resposta:

Se a minha mãe estivesse bem boa de saúde do pé eu iria para o momento da alegria e festividade. Mas como a minha mãe tá bem mal de saúde do pé e da cabeça do pé, eu vou é continuar a trabalhar que a vida URGE, querida. Aprendi com a minha querida mãe e saudoso papai... Melhor a casa da tristeza que a casa da alegria! Até!

Valeu! Obrigada pelo convite! Que vença o que não tem motivo para olhar para o irmão.

meu povo, essa resposta foi para uma mensagem de Feliz Páscoa! eu fiquei meio assustada, e nem comentei com ninguém que tinha recebido... na semana seguinte, mandei a chamada para as mães reservarem a data tal, que ia ter um balacobaco no Salão de Festas (até sorteio de cesta erótica teve - eu tive que ir, quase obrigada, à sex shop com as minhas chefes, registrar a montagem da cesta... ô estágio bom!)... vejam a resposta:

Sim, Raquel! Estou esperando o meu carro zero na porta da minha velha casa, a da rua suja, que outrora a supervisora do CEASP falou... É, dona Janete! A rua tá suja e a culpa é toda sua! E de seus amigos incompetentes... Psicólogos, pra quê tê-los, se nem merda no cu o pessoal tem? Merda de valor... A merda que tem é fruto de exploração, nada de carma nem usurpação do direito do outro...

Feliz Dia das Mães!

quando eu recebi essa, eu ria tanto que tive que me trancar no banheiro, até a crise passar. daí por diante, eu era ataiada no corredor pelas doidas das amigas, perguntando se a BLO tinha me mandado mais minutos de sabedoria... fiquei um tempo sem receber, até que, em junho, houve a semana de prevenções de acidentes no ambiente de trabalho, promovida pela CIPAT e ela me mandou mais um carinho virtual.

Raquel, que tal na CIPAT fazer um painel com fotos tipo uma galeria - para elencar/mostrar os eventos que têm ajudado no clima organizacional, como a prevenção de doenças mentais rotineiras do trabalho em clausura dos bancários?

ah, essa foi bonitinha e singela... mas nessa semana ela foi com uma blusa do Marylin Manson, e eu abri do olho! :P

e agora mando a última que tenho impressa aqui, em resposta ao convite pra festa de aniversariantes do mês de Junho, no bosque do Banco, numa sexta-feira, no meio da copa de 2006:

Sexta-feira... Você sabia que sexta-feira é o dia mundial da traição? Sexta-feira... No bosque... Chapeuzinho Vermelho, cuidado com o Lobo! Ao meio dia, véspera de todos os santos!

Tcham, tcham! Ovo & uva, uva & ovo, eva & adão, adão & eva... Sim-sim-salabim! Brasil X Kengo!

Obrigada pelo convite, está rei lá!

BLO

ô meu povo...
era bom demais!

24 de outubro de 2009

CORRÃO!



faz tempo que eu não tinha medo da minha própria tpm.

acho que a última vez em que eu fiquei tão doida (acima do meu - hahaha - normal) foi ano passado, quando a primeira grande crise chegou, com voadora nos peitos e sem dó nem piedade.

eu já tinha mandado uma legião para lugares não familiares, e mais alguns tomarem em outros, até que uma amiga não agüentou (é, com trema, vão inchar?) e gritou que eu tava com tpm. *tpm é o *******, vão todas à *** e tchau!* - foi a minha singela e editada resposta naquele momento.

de lá, fiz o que hoje é o meu padrão tê-pê-êmico: o teste do maracujá.

eu precisava comprar a fruta porque o exu do meu irmão só toma suco de maracujá e a escrava aqui tinha que atender aos gostos da criança (de 26 anos), por causa da minha mãe.

quando cheguei ao super-mercado, o quilo tava quase R$5,00 (absurrrrrrrrdo!) e as frutas ainda estavam verdes!!

na hora me subiu um ódio tão grande, que, se eu pegasse alguém com a farda do pão-de-açúcar, esganaria sem dúvida.

então, finalmente eu me toquei que era um tpm braba, corri pra casa e me dopei até passar.

e em bsb eu tive uma crise fudiiiiiiida, quase me lasco, e foi um clássico momento *corta-pulsos*, onde eu só conseguia chorar e ficar puta.

mas a de hoje - rá! - essa de hoje tá salivando em busca de uma vítima.
sei que pelo código penal eu teria atenuante em qualquer crime por conta da dita cuja, mas duvido que, se eu começasse a deixar o cão sair daqui, conseguiria parar.

por isso, hoje encerro as minhas atividades anormalmente mais cedo.
nem eu me suporto mais, *avali* um pobre mortal que cruzar o meu caminho.

ilustração: http://m191.photobucket.com/albums/z242/andreilustrador/

18 de outubro de 2009

happiness is a warm gun

ah, eu preciso dizer: tô feliz!
confusa, mas feliz! ;)

a que se deve isso?
a uma conjunção rara de planetas,
aos amigos loucos,
ao mundo, que,
...a despeito do que eu cheguei a cogitar,
...nunca parou de girar?

rá!
não sei,
...só sei que foi assim! [/suassuna]
foi, é, está e será!
e já não era sem tempo!

de repente,
a casa está limpa, organizada,
o tempo anda ao meu lado
(nem corre, nem se arrasta)...

virei visita e estou adorando! :)

30 de setembro de 2009

:*

tchau, setembro! :)
te amo, mas quero é OUTUBRO!

13 de setembro de 2009

do além

esse meu exílio do tendenssa está sendo bem profícuo: um livro lido e outro engatilhado; a minha primeira ida ao cinema, aqui; uma volta de reconhecimento que me colou um sorriso no rosto; pancadão de leve no gtalk; reorganizar meu relógio biológico...

será que eu volto? ;)

concordo, joão

a moderação sempre me intrigou, não consigo compreendê-la direito e tenho um certo medo dessas pessoas deliberadas e pausadas, que pensam nos limites que querem observar. só consigo ser desabrida e só me dou efetivamente com os desabridos, seja como pessoas, seja como artistas ou pensadores.
A CASA DOS BUDAS DITOSOS

12 de setembro de 2009

página 72

16 de junho de 2000.
sexta à noite, em guaramiranga.
éramos 5 amigas e 1 amigo (gay) num quarto, tiritando de frio.

tínhamos ido mais cedo para a casa do aniversariante, um chalé idílico, na linha da serra, e tava muuuuuito frio. acabei estupidamente levando apenas uma rede, e estava o próprio dindin, me passando. ninguém conseguia dormir, e fatalmente começamos a falar putaria.

uma delas tinha levado um livro e eu pedi pra dar uma olhada, já que o bichim tava esquecido em cima da mala, enquanto o tititi truava no quarto glacial. era *a casa dos budas ditosos*, do João Ubaldo Ribeiro.

[adendo para quem não conhece o livro: faz parte da coleção plenos pecados, e o tema é luxúria.]

abri na página 72 e me deparei com o tópico *o desvirginamento*. meu mutismo foi percebido pela audiência, que perguntava o que tinha me tirado da conversa. comecei a ler o relato, rindo, e, surpreendentemente, todas (incluindo o amigo gay) pararam para ouvir.

a escrita de João Ubaldo é envolvente, e o assunto nem precisa de estímulo para captar a atenção. começamos então a ler trechos do livro, mas ele fatalmente voltava pra minha mão, já que as páginas mais pesadas insistiam em abrir pra mim.

virei a narradora da história, sob risadas e um calor que até então não havia aparecido na serra. em 30 minutos os casacos tinham sido tirados, um vinho aberto e duas caixas de chocolate já rodavam entre nós.

tirando M - o amigo -, todas eram virgens ou semi-virgens.

[pausa para explicar as SV: tinham alguma experiência, mas não tinham muita intimidade com o assunto, fruto de experiências frustrantes, com namorados desengonçados e precoces.]

era inebriante ouvir uma narrativa tão franca sobre o assunto, pois, querendo ou não, cada uma ostentava uma experiência que não tinha (é, meninos, também fazemos isso...). a protagonista mexeu com cada uma de nós, e houve reações das mais variadas.

como o que acontece no méxico, fica no méxico, cito apenas o meu amigo, M, que sentiu uma nostalgia por mulheres e esta noite ficou com uma das presentes, C, que acabou se apaixonando por ele. a paixão acabou quando o álcool saiu do sangue, mas não é isso o que importa...

esta viagem marcou a todas. de minha parte, mal dormi: precisava ler o livro todo. precisava ouvir/ler aquilo. e *a casa dos budas ditosos* encontrou pousada na minha estante mental como uma boa lembrança.

voltando a 2009, em junho. chego em casa e vejo o saudoso luxúria na mesa da sala daqui de casa em brasília.

- mãe, de quem é esse livro?

- seu pai ganhou no trabalho. - respondeu da cozinha, coando o café.

- pai, quem foi que lhe deu esse livro? que marmota é essa?

- foi um colega que me deu. algum problema?

- vocês sabem o que tem nesse livro?

- o que é que está acontecendo? - minha mãe volta à conversa. - o que é que tem nesse livro que os seus pais não podem saber?

abri na velha página 72 de guerra e entreguei pra ela. ela pegou o livro e disse que ia ler antes de dormir. na manhã seguinte, dedo em riste na minha cara:

- você leu essa esculhambação?

- pôa, mãe... faish tempo, aê... tem quase 10 anos!

ela ficou muda, me encarando. devolveu o livro pra estante e resmungou algo ininteligível. desde então, o coitado padecia no cantinho do castigo, criando teia de aranha. sempre que eu passava por lá, ele dava um jeito de chamar a minha atenção...

e hoje eu resolvi que não dava mais pra fugir. reli-o.

claro que o livro é o mesmo, mas eu, realmente, não sou mais aquela. ele é muito bom, isso é fato, mas o arrebatador, pra mim, não é mais o tema, e sim as citações que agora percebo, os aforismos, as semelhanças e discrepâncias ao encarar a vida.

recomendo! pelo tema, por João Ubaldo, e pra ver o que realmente te choca: o que está escrito ou o que você concorda.

o melhor tempero é a fome?


durante muito tempo usei esta frase como resposta a várias situações, mas ontem me flagrei pensando se ela é realmente absoluta.

se há alguma dúvida dentre os que me lêem, esclareço o óbvio: eu sou louca. e esta loucura se apodera de mim sempre diante do novo, de forma que, quando eu leio algo que gosto, por exemplo, só largo quando termino.

o meu questionamento é justamente sobre esta sanha: acabo fazendo tudo rápido demais, chego ao final e dá uma sensação de alívio misturada a um vazio estranho, onde procuro algo novo para me ater.

este processo, durante muito tempo ininterrupto, se confronta quando, numa curva, eu reencontro uma paixão antiga: livros, filmes, lugares, pessoas... a lembrança que guardo geralmente é quebrada quando a analiso, agora sem a necessidade de mergulhar o mais fundo que uma respiração só me permita.

muitas vezes eu vejo que foi muito bom pelo simples fato de eu fazê-la assim, porque, naquele momento, era o que eu precisava, mas agora não diz quase nada. às vezes evito alguns confrontos, por receio - inconsciente ou não - de macular a lembrança.

mas há coisas que acontecem quando não estamos preparados pra elas. não sabemos como reagir, como ler seus sinais. e são estas que sobrevivem à fome das outras, são estas que valem a pena! elas sempre existem, e estão esperando que nós finalmente as enxerguemos.

é como ouvir uma música que você conhece há anos e, de repente, ver que ela conversa com você; rever um filme 10 anos depois e descobrir que ele é ainda melhor do que a sua lembrança (detalhe: quem mudou foi você, e não o filme).

admito: tem coisas que precisam se manter no passado. elas, no presente, não funcionariam.

em compensação, sempre se pode se surpreender com algo se acha que conhece. e o melhor: passada a loucura da fome, percebe-se o sabor.

10 de setembro de 2009

peeeeeeense!

mudam os protagonistas, mas a cena se repete...
aprende, cunhã!

9 de setembro de 2009

et. telefone.

não
quero
nem
saber
aonde
pertenço,

quero
ir
pra
casa!
chega,
outubro!

então

daqui a alguns anos eu talvez me pergunte
onde estava no dia 9 de setembro de 2009.
o que fiz, quais anseios tinha,
como essa conjunção se
apresentou na minha vida...
pra mim, é meio que um reveillon no meio do ano;
um dia de decisões, de guinadas...
dia de ouvir algo novo,
de rir com o de sempre,
de se sentir perto dos que ama,
de ser.
de 9 em 9 vou andando.
no fim, a mesma soma,
a busca pelo equilíbrio,
o cerne da espiral,
o cabelo que arrepia no círculo.

7 de setembro de 2009

disco arranhado

tá, eu sei que tô enchendo o saco...
mas eu simplesmente NÃO ME CONFORMO, ponto.
é isso.
é um absurdo sentir ainda úmido o corretivo que passaram em você.
já me senti assim antes, e repito: i'm feeling like joel, being erased by clementine!

susto

não pensei em reagir assim, mas realmente me assustei. me preparei - psicologicamente - pra este momento, mas percebi que nada prepara... passam-se dias, meses, eras jurássicas e ainda assim nunca se está preparado para o momento crucial. não sabia que estava prendendo a respiração até me ver sem ar. do que eu senti, só sei de uma coisa: não dá pra viver assim. não dá pra se preparar a vida inteira, ou viver com receio da próxima esquina, onde talvez os olhos perscrutadores estejam a esperar. quero voltar pra um segundo antes do passo em falso e não transformar a minha vida nisso... mentira! não quero apagar, só quero que fique nas páginas de uma agenda que eu não abro mais. pode ser, ou tá difícil?

5 de setembro de 2009

invejinha

"iris, se você fosse uma melodia, seria as melhores notas..."

ai, ai...

2 de setembro de 2009

sou só eu que acho, ou o ano praticamente já terminou?

1 de setembro de 2009

ui!
larguei da vida de repolho.
ninguém merece!
welcome home, baby!

31 de agosto de 2009

água-viva


sabe aqueles comerciais de tênis em que a pessoa sai correndo, sem pensar em nada, apenas se sentindo viva?
pois me sinto exatamente desta forma na água.

é onde eu não preciso fazer mil coisas ao mesmo tempo, onde eu posso simplesmente me esquecer de qualquer coisa, me entregar à fluidez do ambiente e meramente ser.

sou louca demais pra ser terra, ligada demais pra ser ar.
fogo? gosto que me esquentem, serve?

sou água.
maleável, incerta, fresca (ui!)...
posso ser gelada, quente, o que EU quiser.
só não posso ficar parada; dá dengue!

30 de agosto de 2009

luke, i'm your father

3 da tarde.
deixamos meu pai em casa depois do almoço e minha mãe e eu fomos ao extra.
tarde bem comum de domingo.
ao lado da gôndola dos queijos, meu celular toca.

- alô?
- alô. - a voz masculina me responde, só.
- sim, diga.
- você sabe quem tá falando?

[ai, odeio quem pergunta isso.
eu nunca sei.
aí você fica com remorso porque não sabe quem é esta criatura que tá te ligando, quando a etiqueta e todas as convenções mandam que este outro se identifique.
enfim, voltando...]

- não faço a mínima idéia. - respondi, já brusca.
- aqui quem fala é o seu pai.

[eu tenho um problema mental de nunca reconhecer a voz do meu pai ao telefone, já que ele ODEIA usá-lo, e eu devo ter falado com ele uns 15 minutos por telefone na minha vida inteira... mas de uma coisa eu tinha certeza: aquele não era o meu pai!]

- não mesmo, meu senhor! - até cheguei a duvidar, mas me mantive!
- sou eu, seu pai! - ele insistiu, rindo.
- não tem nem perigo! quem é que tá falando?
- chris? chris, sou eu...
- olhe, esse telefone não é da chris... - pior é que nessas horas eu começo a rir, na maior...
- claro que é! minha filha, sou eu! não é o número tal?
- preste atenção: esse número não é da chris, é meu...

[e minha mãe, segurando uma manga e olhando pra minha cara, ciente de como seria estranho o meu pai me ligando, preocupada e ansiosa.]

- mas não pode! minha filha...
- olhe, o senhor ligou pra filha errada. boa sorte, boa tarde e tchau.


fiquei bolando de rir com a minha mãe no supermercado, e o pobre ainda ligou de novo...
coitado!
a própria filha dando o telefone errado pra ele... ;)

24 de agosto de 2009

janelas.


AMO janelas.
nem precisa de Freud pra explicar isso.
morei no térreo milhares de anos, a vista do meu quarto era pra um muro.
resultado: sempre quis uma janela pra chamar de minha ;)

quando eu era pequena (já notívaga, óbvio) achava escândalo a abertura do supercine, com todas aquelas luzes da cidade vistas de cima...
eu achava que ser adulta era ter trilha sonora ao fundo e morar numa cidade onde eu me sentisse na abertura do supercine, com aquela vista.

assim, a noite sempre me arrebatou...
e se tem algo absolutamente lindo em brasília é o anoitecer e a própria noite.
dá vontade de sair andando, a esmo, com música no ouvido e o coração livre.

será que já me entreguei à cidade?

21 de agosto de 2009

homeless


tudo está estranho.
leio os arquivos do blog, me reconheço, mas me sinto tão distante...

depois que vim morar em bsb (antes eu dizia que tinha vindo estudar, apenas), sinto que perdi aquele sentimento de pertença a lugares - mesmo com a minha verve canceriana gritando por um lar.

não me sinto em casa nem lá nem cá.
e isso não é ruim (creio)...
me sinto com um pé no mundo, e o outro pé meio que escolhendo onde pisar.
neste ínterim, estou entre fronteiras.

no fim das contas, o que me causa estranheza mesmo é o fato de que algumas pessoas (é, você, meu bem!), quando vêem os seus planos egoístas frustrados - porque você, meu bem, os planejou sozinho, sem sequer pensar no que o outro (oi, eu!) queria ou podia fazer - simplesmente riscam a pessoa da sua vida, como se tudo fosse uma vingança, um jogo, ou uma porcaria qualquer que não tem mais valor...

um dia, conversando com a minha avó sobre o quanto perseverar, ela me disse:

"minha filha, tente uma vez. não deu certo? tente de novo. ainda assim, não deu certo? não tente mais... foi Deus que quis assim; o que decepciona hoje, às vezes, é o melhor que pode lhe acontecer."

pois é.
nem sei quantas vezes foram.
mas já foi.

2 de junho de 2009

voltou furioso!

é, meus caros...
ele voltou misturado com uma tpm homérica: o meu não tão querido inferno astral.
sabe quando nem você se reconhece?
pois é...
espero sobreviver, mas espero ainda mais que os que forem atingidos pelos respingos da lava sobrevivam e me permitam, quando eu me destransformar, pedir desculpas.

2 de maio de 2009

uó!

se eu tenho um *top five ódio*, no pódio indo pro ouro há promessas.
acho o cúmulo do gerundismo, causa uma ansiedade sem necessidade e geralmente não é correspondida...

pra quê prometer?
melhor é surpreender! :)

odeio, odeio promessas!
talvez por isso eu estenda a ojeriza à política...

13 de abril de 2009

mulher-objeto

eu sou uma mulher-objeto.
mas não a padrão, não a versão novela-das-oito.
sou aquela que adora coisas.

guardo tudo.
papel de bombom, tíquete de cinema, caneta...
o valor sentimental está inversamente ligado ao valor material.
me desfazer destas testemunhas de momentos é doloroso.

geralmente eu não jogo fora; olho atentamente aquela preciosidade, tento racionalizar, dizendo a mim mesma que aquilo não tem a menor utilidade, mas a minha relação com os momentos não me permite deixar esses objetos seguirem seu curso, seja ir para outro dono, seja ir para o lixo, mesmo...

a questão é: se eu não sou capaz de jogar nada fora, porque não reajo quando o fazem? porque, de repente, jogar aquilo fora faz todo o sentido?

não sei... talvez eu só não queira ser a responsável por encerrar a lembrança.
mas não dá pra deixar todas as gestalts abertas esperando que alguém milagrosamente as feche para mim.
depois de quase um ano e meio, a fita amarela quebrou. nem me lembro dos outros dois pedidos, só me lembro do principal. é tão óbvio que já aconteceu, mas até o momento da quebra da fita, eu não tinha articulado o pensamento.

a roxa continua firme e forte. acho que pra não me deixar esquecer da situação em que ele foi amarrada, das pessoas que participaram deste processo...

vamos ver quanto tempo esta aguenta...
e do modo clássico, sem me intrometer.

5 de abril de 2009

5 semanas

nunca imaginei que tanta coisa ia mudar em apenas 5 semanas.
mudei de casa, de estilo, de horário, de alimentação, de vida...
garanto uma coisa: não é facil! não mesmo!
e tem dias (como hoje) que tudo o que a gente quer é que chegue amanhã!
e o principal: tudo o que se quer é mudar exatamente aquilo que incomoda, e não superficialidades circunstanciais.

5 de março de 2009

it's not personal, it's business

escolher algo necessariamente implica em perder outra coisa.
are you ready?

3 de março de 2009

*acasos*

tô me sentindo numa conjunção de sinais, todos dizendo que o caminho foi o certo... coisas aparentemente sem ligação se entrelaçam...

durante muito tempo relutei em vir pra brasília, e sei e não sei a razão. é sempre difícil mudar; requer sair, requer perder zona de segurança, requer abrir mão de uma rotina que, mesmo cansativa, sempre tem coisas que a fazem valer a pena (aos nossos olhos, pelo menos)...

mas não dava mais. a inércia estática é utópica, já prega a física. ela só existiria em situação ideal, de modo que ambas (inércia e situação ideal) inebriam, mas não têm forças para se manter.

ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão! eis o roubo que fiz da Marília, que já tinha roubado da Simone: Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez!

falando em cem anos, hoje meu avô (que faleceu há 3 anos) faria seu centenário. um humor impecável, uma presença marcante. um dos homens mais admiráveis que tive a honra de conhecer (senão o mais admirável!).

e outro *acaso* é o que estou lendo. sei, era pra eu ter visto o filme, ou já ter lido o livro, mas acho que este é o momento de me entregar a *o chefão*, Mario Puzo.

quando eu terminá-lo, posto aqui. por hora, uma pérola don-corleoneana:
a amizade é tudo. a amizade é mais que talento. é mais do que governo. é quase igual a família. jamais se esqueça disso.
p.s. por acaso, qual a primeira música que ouvi ao chegar aqui? santa chuva. ai, digo mais é nada!

18 de fevereiro de 2009

peixe grande
+
closer
=
mulher cebola

resolução!

eu não aguento mais posts deprê...
mas o que eu posso fazer, se esse banzo pré-viagem me consome?
tanta coisa pra resolver e nem saber por onde começar me aflige.
tantos amigos pra ver e rever, tanta gente pra falar, e um carnaval bem no meio pra quebrar as pernas...
tanta gente ligando, marcando coisas, e eu me virando pra reservar tempo pra quem, no fim das contas, não merece mesmo!
odeio promessas, porque subentende-se elas não vão ser cumpridas...
pra quê prometer, se você pode ir lá e fazer, sem necessidade de gerar uma expectativa que sabe que não vai conseguir sanar?
cansei deste momento corta-pulsos!
meus amigos de verdade não me deixaram um minuto só, então está na hora de sorrir e valorizar quem me valoriza :)
resolvido: de agora por diante, não gasto minha tinta virtual com sentimentos despertados por quem não merece!

11 de fevereiro de 2009

pfffffffffffffffffffffff!

sabe panela de pressão? pois é, tô apitando...

não sei se é a velha amiga sonda do mal que voltou, ou se eu estou simplesmente dando pane... muita coisa mudou (isso é ótimo), mas acho que meu cérebro se recusa a processar tudo na mesma velocidade... tenho que fazer um upgrade neste meu HD de 386 djá!

eu, com as minhas intermináveis listas (né, Marília?) tenho agora uma contagem regressiva (dentre tantas também) mais agressiva. vou-me embora para Brasília. não é Pasárgada, mas pode vir a ser, não sei...

as já citadas pontes do brooklyn que meu pai traz no peito lhe renderam uma licença de 3 meses. minha mãe tá trabalhando, e eles ficam sozinhos em bsb... não é difícil juntar as peças e ver que, mesmo sem forças pra sair do meu círculo vicioso, o universo veio me puxar pelos cabelos para uma brand new life!

viajo dia 2 de março. são tantas coisas até lá que eu tô pirando! neste ínterim acabei me colocando acima de algumas coisas, e agi mal com pessoas que não mereciam. sei que não há justificativa pra eu desencoleirar o Mr. Hyde, até porque foi ele quem se soltou... o dia pós-Mr. Hyde é de dor de cabeça, de dor na consciência e de remorso, acima de tudo...

sinto muito por quem foi engolido pelo meu katrininha, peço mil desculpas e eu sei que vocês não têm obrigação de me dizer nada disso, mas, por favor, me avisem quando eu me passar!!

4 de fevereiro de 2009

p.s.

foi malz, mas eu tenho que gritar, nem que seja pro mundo virtual: que nojooooooo!!
ai, consigo nem descrever...
odilho ficar intanguida* assim!!!

*engasgada, emputecida de sousa...

:@

não adianta chorar por janeiro derramado...
e se o ano só começa depois do carnaval, o que fazer no limbo?

9 de janeiro de 2009

novo | nove


eu não podia deixar de escrever hoje, dia 9. todo um mundo aconteceu do longínquo e nada saudoso 2008 pra cá.

como na minha vida acontece tudo junto, a tsunami bate na minha barragem intermitentemente desde que o ano é ano. eu tinha pensado em rever algumas coisas, comparar os acontecimentos, traçar metas, construir gráficos, analisar, analisar, analisar... mas não há tempo e, sinceramente, nem sentido... as coisas acontecem porque têm (com acento ou sem? e agora?) que acontecer, e analisar demais só nos anacroniza.

desde o dia 2 a minha vida se concentra nos arredores do Hospital da Unimed. meu pai está internado, e ontem colocou 3 singelas pontes de safena. quando eu falo, todo mundo fica: ele teve algum enfarto antes? como ele estava? estava mal?

é sempre estranho ouvir isso, porque ele faz parte do seleto grupo dos que não sentem nada... nem uma dor no peito, nada. mas não sejamos obtusos; é claro que ele sabia (ou pelo menos intuía) que as coisas não iam bem. isso tudo me faz pensar nas minhas pontes de safena (metafóricas e simpáticas)...

falo por mim, a única autoridade que tenho: eu sinto que as coisas (metafisicamente) não vão bem, mas vou levando; talvez seja a hora de construir os meus viadutos de forma que ninguém precise morar embaixo deles.

essa convalescença também é minha. é momento de fechar algumas feridas, mesmo com quelóide. é momento de perceber que não se está sozinho. é momento de ver a família unida, os amigos próximos e verdadeiramente torcendo. é momento de saber que a vida não é se esconder, é enfrentar de peito aberto (às vezes literalmente) as agruras.

pode ser que você ache que eu não estou bem, mas estou tão feliz quanto posso estar. sinto-me acometida de uma lucidez causticante; é como se eu tivesse o gabarito da prova de amanhã e os outros ainda estivessem estudando furiosamente.

realmente, não sei o dia de amanhã. não sei onde estarei daqui a uma semana. não sei, ponto. e é claro que dá medo... mas a adrenalina do novo, do desconhecido, está subindo!

há espaço para tudo nessa vida... desde as coisas mais simples, como ficar feliz ao ver a lua cheia olhando pra cá desde cedo, até ser a antena da família para resolver tudo, enquanto a minha mãe (que é o pilar por mérito e por verdade) está vivendo a sua própria luta em Brasília, contra uma doença que assola o país: a burocracia.

voltei ao AA: um dia de cada vez. nesse ínterim, olhos, ouvidos e coração abertos para as cores, que teimam em aparecer quando a gente não lembra que elas existem...

esse 9 chegou me rolo-comprimindo... e isso é ótimo!