24 de setembro de 2010

arrebatada!

como dizia a senhorinha do comercial do ambervision, tudo está nítido e claro, agora!

hoje saí do meu lugar comum (acordar me arrastando - ir pro trabalho - voltar pra casa e mofar), e fui assistir ao show indicado pelo johnny na biblioteca nacional, do balaio de maria, banda que a prima dele toca.

foi maravilhoso!
me emocionei em vários momentos do show, as novas roupagens que eles deram a algumas músicas ficaram irresistiveis!
a minha favorita foi a versão big band anos 40 de who's bad?, michael jackson.
e a participação bem humorada e inspiradíssima de Indiana Nomma foi a cereja do bolo!

e pensar que eu quase não ia...
deu uma preguiiiça, porque o acesso, mesmo perto, não era tão simples, por causa do engarrafamento no horário.
além disso, eu simplesmente não sabia o que esperar e, por vezes, isso é aterrador.

enfim, meio que me forcei a ir, pois havia prometido ao joão.
quando cheguei, meu coração quase parou: parecia que eu estava em fortaleza de novo, sabe?
o evento era organizado pelo BNB, o auditório igualzinho ao do centro cultural do banco, em Fortaleza.

me vi revivendo várias apresentações: minhas, de amigos, de ídolos.
de repente, eu me dei conta de como a música me faz falta, como não era apenas um hobby, e sim uma necessidade.
um pedaço de mim está dormente, e é assustador, perceber isso.

assusta ainda mais perceber que o problema de brasília não é não ter mar, não é não ter para onde sair (absolutamente), é simplesmente o fato de que eu não dou chance nenhuma à cidade; fico o tempo todo vivendo em função das minhas futuras e fugazes viagens à Fortaleza.

se é pra por a culpa em alguém que não seja eu, posso tentar acusar os meus amigos por serem tão absurdamente maravilhosos, e me darem um referencial quase impossível de ser alcançado -- obviamente, isso não existe; assumo que não permiti que as pessoas se aproximassem.

ainda assim, praticamente com o corpo morando a mais de mil milhas de distância do coração e do cérebro, fiz boas amigas. mas sei que posso fazer mais do que o pouco que faço e, de verdade, dar uma chance para esta cidade.

a vida acaba sendo um show que não nos sentíamos prontos pra ver, mas que nos arrebata de tal forma que nos perguntamos aonde estávamos enquanto o mundo girava.

por isso, aos poucos, quero ajustar as minhas roldanas aqui.
a primeira missão é voltar a cantar.


como bem disse cecília meireles, eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.

em breve, os próximos capítulos.