sim, eu poderia abrir as portas que dão pra dentro
percorrer correndo os corredores em silêncio
perder as paredes aparentes do edifício
penetrar no labirinto
o labirinto de labirintos
dentro do apartamento
talvez o maior drama que me permeie seja a busca por um lar.
a casa que será genuinamente minha, a casa onde as idiossincrasias que mandam serão as minhas.
e, como toda oposição, acredita-se que ser situação é fácil.
com a chave da porta vindo pra minha mão, me vejo meio que sem saber o que fazer.
sonho ou segurança?
turbilhão ou tranquilidade?
ctrl z ou flash forward?
às dúvidas se soma a idade.
ainda há tempo pra se tomar riscos?
o que é viver senão se abaixar das flechas, pular os buracos e rir de tudo isso depois?